ANTIGAS RONDAS DA POLÍCIA CIVIL DE SÃO PAULO
RONE – RONDA NOTURNA ESPECIAL
Em 1956, as autoridades policiais paulistas notaram um acentuado recrudescimento dos crimes patrimoniais, cuja ocorrência, por certo, estava sendo creditada a presença de elementos ociosos na via pública. Achou-se por bem, então, criar uma equipe diferenciada, composta por duas guarnições formadas por investigadores oriundos das diversas Divisões da Polícia Civil, sem prejuízo das suas respectivas lotações originais. Desse modo, para atuar em conjunto com as viaturas de rádio-patrulha, foi concebida a RONE – Serviço de Ronda Noturna Especial, considerada a primeira equipe especializada da Polícia Civil de São Paulo.
A RONE foi oficialmente normatizada em 19 de setembro de 1956, por força da Portaria n° 91, de 17 de setembro do mesmo ano, durante a gestão do Secretário da Segurança Pública, Dr. Carlos Eugênio Fonseca, tendo o Delegado, Dr. Paulo Pestana, à frente da 6ª Divisão Policial. Dentre as suas atribuições lhe impendiam à prevenção e repressão dos crimes de furto qualificado e de roubo; das infrações previstas nos artigos 19, 24 e 25 da Lei das Contravenções Penais e de qualquer caso de flagrante, bem como a vigilância especial de locais e elementos suspeitos.
Sua ação preventiva, pela Capital e pelos municípios circunvizinhos, se estendia entre o período das 22:00 às 6:00 horas, sendo que as ocorrências de vulto verificadas durante esse interregno eram repassadas as equipes da RONE, através do Controle Geral de Policiamento.
Em 1969, a Delegacia Auxiliar da 1ª Divisão Policial foi extinta, passando a denominar-se Departamento Regional de Polícia da Grande São Paulo – DEGRAN. A velha RONE, com a descentralização que vinha se operando na Polícia de São Paulo, havia sido desfigurada. Assim sendo, estando o Delegado Dr. Mário Perez Fernandes à frente do novo DEGRAN, tratou o mesmo de adequar a RUPA à atual realidade administrativa que se instalara e, através da Portaria n° 1.359/69, fez alterar sua denominação para Ronda Especial do DEGRAN, reativando a famosa e respeitada sigla “RONE”.
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RUDI – RONDAS UNIFICADAS DO DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÕES
Tendo em vista o excelente trabalho desenvolvido pela RONE, o antigo Departamento de Investigações da Polícia Civil (a 4ª Divisão Policial), tratou de conceber uma equipe galgada nos mesmos moldes daquele serviço, então ligado a 6ª Auxiliar. Assim, por Portaria do 4º Delegado Auxiliar, foi criada, na década de cinquenta, a RUDI – Rondas Unificadas do Departamento de Investigações, a qual, doravante, recaiu o exercício da vigilância ininterrupta, diurna e noturna, sobre indivíduos e locais suspeitos na Capital e nos municípios circunvizinhos.
Era ela formada por investigadores de polícia – cedidos pelas Delegacias Especializadas do DI – e chefiada por um Delegado Supervisor.
Suas equipes trabalhavam em viaturas ligadas ao Controle Central da Diretoria de Policiamento da Rádio-Patrulha, interligando-se com as equipes operacionais da RONE. A energia dos policiais da RUDI para com os infratores era corrente na crônica policial e, no submundo do crime, ela passou a ser conhecida pelo sugestivo nome de “Tempestade”. Assim, juntamente com os policiais da Delegacia de Roubos do DI, a RUDI fez frente aos piores criminosos daquele período, não se tendo notícia, até hoje, de outra equipe tão respeitada quanto ela.
Em 1967 o Departamento de Investigações foi totalmente reestruturado e, em seu lugar, foi instituído o DEIC – Departamento Estadual de Investigações Criminais. A RUDI, então, acabou dissolvida. Dois anos depois a prática veio a demonstrar que ela fazia falta no policiamento da Capital. Assim, conquanto houvessem sido criadas algumas rondas especializadas no DEIC (como a RUDEIC), o seu respectivo diretor, Delegado de Polícia, Dr. Mario Perez Fernandes, decidiu reorganizar as famosas “Ronda Unificadas”, motivo pelo qual, em março de 1969, estando o jurista Hely Lopes Meirelles a frente da Pasta da Segurança, foi ela novamente reativada.
Nestes termos, durante a cerimônia que marcou a volta das Rondas Unificadas às ruas da Capital, houve uma solenidade no Palácio da Polícia, onde foram demonstrados alguns dos equipamentos dispostos a nova RUDI, incluindo-se carabinas winchester, rifles e cápsulas de gás lacrimogêneo, o que dava a ela um caráter de equipe especializada, dotada de armas e itens não não utilizados pelas guarnições comuns, as quais, em sendo o caso, deveriam acionar a RUDI para o devido apoio. A supervisão da RUDI, durante esse período, foi entregue ao Delegado de Polícia, Dr. Rodolfo Carvalho Coelho, e os primeiro pilotos foram os Delegados de Polícia, Dr. Hélio Tavares, Dr. Sérgio Fernando Paranhos Fleury e Dr. Eduardo Celidonio.
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RUPA – RONDAS UNIFICADAS DA PRIMEIRA AUXILIAR
Em 1967, foi criada a RUPA – Rondas Unificadas da Primeira Auxiliar, a qual passou a operar em locais e horas incertas, na área da Capital e dos municípios vizinhos, incluindo-se aí a zona hoje titulada pelo DEMACRO – Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo.